quarta-feira, 12 de maio de 2010

DARK BLUE

Borboletas dançam entre as flores.

Um arco-íris colore o céu.

Uma brisa suave e fria abraça tudo ao redor.

Uma adaga afiada entra em meu peito.


Meu azul se tinge de rubro.

Meu azul está se tornando negro.

Não estou forte suficiente.

A cruz pesa demais.


A dor dilacera, mas não mata.

Transforma.

Por que existem coisas além da nossa compreensão?

Não existe exatidão.


Estou só.

E fraca.

Quebrada por dentro.

Sentindo a ferida mais e mais aberta.


Uma ponte se abriu,

rumo ao infinito.

Os lugares distantes.

De uma vida de antes.


Dores transformadas.

Porém contínuas e existentes.

Sentimentos ardentes.

Dissabores latentes.


Eu não sei aonde isso irá chegar.

Ou se não irá a algum lugar.

Só posso chorar.

Lembrar uma triste canção.

Que você esqueceu de tocar.


Estou perdida entre uma eu e outra.

Como um espelho de outra época.

Quem sou eu?

Quem eu sou ou quem eu era?


Parece que tudo desaba.

Como um teatro velho sem manutenção.

Assim vai se retalhando meu coração.

Tanta solidão, desilusão.


Fadada a lembrar sozinha.

Viver uma vida paralela sozinha.

Um sonho que se sonha só.

Onde você está enquanto sofro?


Estou aqui o tempo todo.

E você nem sequer percebe minha dor.

Meu amor.

Apenas percebe um lado de mim.


Abra seus olhos.

Deixe sua mente viajar no tempo.

Encontre-me em seu sonho.

Desvende esse mistério de amor.


Antes que essa dor me derrote.

Tudo se finde.

Eu desista e me entregue à morte.

Por que a solidão insiste em me levar.


O escuro me persegue.

Como um leão a sua presa.


Quero ser azul novamente.

Sorrir, correr, viver,

Sentir meu sangue correr nas veias.

Tudo depende só de você.


Então abra seus olhos para ver.

Acorde!

Acorde!

Acorde!











Um comentário:

Blablabla disse...

Lindo... Intenso, triste, mas lindo. Acho meio sádico achar beleza na dor do outro. Mas as palavras esboçam com tanta vivacidade a batalha interior... Que seria impossível não ver beleza nas letras costuradas umas às outras simplesmente para escorrerem na tela como lágrimas engolidas que serviram de mais sangue para o coração bombear. E só. Dor e amor... São sentido e sentimento se completando... E um não vive sem o outro, apenas amenizam-se, embelezam-se, unidos apenas para reviver ou matar de vez um coração. Ou transformar um sentimento bom em saudades.

Adorei o poema, ficou muito bom... Uma beleza de palavras que caem em lágrimas, mas lindo ainda assim.