sábado, 27 de novembro de 2010

CONTO 1 - VIRGINIA

A partir de hoje, postarei contos que fazem parte de uma história com alguns personagens novos. Com a ajuda da minha amiga Bruna, pretendemos todos os sábados postarmos um novo conto, uma nova aventura para a feiticeira/vampira Virgínia e seus amigos do Instituto. Quem são esses? Logo conhecerão. O primeiro conto é da Virgínia e sábado que vem uma nova surpresa e assim por diante.
Todos os contos ficarão na página contos (provisoriamente) até que o site esteja pronto definitivamente. Onde a história ficará arquivada corretamente.

Espero que gostem e assim como gostaram da Nina e seus amigos, comecem a curtir essa outra galera.

NÃO DEIXE DE COMENTAR, sua opinião é muito importante.

Beijos no coração e ótimo final de semana!


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INSTITUTO

CONTO 1

VIRGÍNA DEMOLEY


Vitrey – França
27 de agosto de 1572
07:48 pm
Noite de São Bartolomeu

“Não permitirás que viva uma feiticeira.”
(Êxodo – Cap. XXII – Versículo XVIII)

Os segundos se arrastavam como bolas de canhão. As madeiras verdes queimavam lentamente prolongando o sofrimento enquanto Virgínia DeMoley tentava manter-se protegida da dor em seu inconsciente. Sentia o calor que começava em seus pés e a envolvia lentamente derretendo a sua pele branca e sensível. Ouvia o crepitar do fogo como se cantasse e dançasse em sua volta. Recusava-se a abrir os olhos, assim sua mente ficava intacta. O som abafado e falado em uníssono ecoava em sua mente: “Queime bruxa. Seu lugar é o inferno.” Esse era o prêmio por ter salvo a vida de uma criança, porém fez sua parte e faria de novo se fosse preciso. Seguia a grande Mãe e morreria seguindo-a.
O som das vozes deram lugar a gritos desesperados, fazendo com que despertasse do transe, mas não abrisse os olhos. Sentiu quando as cordas se afrouxaram e um vento gelado sussurrou em seu ouvido: “Santa inquisição! – disse sarcástica. - Acorde Virgínia, vamos sair daqui.”
Abriu os olhos deparando-se com uma mulher de aparência bem jovem, cabelos negros cacheados caindo sobre os ombros e costas como uma grande cascata negra, olhos vivos e lábios vermelhos, pele muito branca.
- Margot? – Balbuciou enquanto sentia seu corpo cair no colo rígido dela, dessa vez sentindo um alívio na alma.
- Você ficará bem, tente manter-se consciente. Logo estaremos em segurança. - ela disse com a voz melodiosa e sarcástica de sempre.
Margot apoiou a feiticeira, passando-a aos braços de seu fiel amigo Lefroy, enquanto os outros que ela trouxe assustavam os últimos camponeses que se aproximavam. Os guardas e os inquisidores estavam pelo chão, espalhados em poças rubras.
Ela quis explicar que ficar consciente era sentir a dor insuportável, as palavras morreram em sua garganta e logo não ouvia mais a voz dela. Era apenas Virgínia e os campos verdes de Toulousse, sua terra natal.
Quando voltou a ouvir a voz de sua salvadora estavam em um local seguro.
- Estamos seguras aqui, você ficará bem, mas terá que confiar em mim e fazer o que eu mandar.
- Sim. – Ouviu a própria voz como se fosse de outra pessoa.
- Seu estado é crítico, as queimaduras foram profundas, nenhuma poção será capaz de recuperar a carne e a pele que derreteram, algumas partes estão no osso, precisamos tomar medidas extremas para fazê-la sobreviver. – Explicou mordendo o pulso e colocando na boca da feiticeira.
Ela sorveu o líquido grosso e viscoso, era um gosto repulsivo, sabia que ela estava certa, apenas o sangue dela poderia fazer seu corpo se regenerar.
- Durma agora, quando acordar se sentirá melhor. – disse beijando-lhe a face.
Todo seu corpo adormeceu. Uma dor profunda parecia rasgar seu coração ao meio, depois fazendo-o acelerar, teve a impressão de que ele não fosse agüentar e explodisse, sabia como era a transformação e tentou se controlar. Ela respirou profundamente e novamente dormiu.
Margot Soussie com um pedaço de pano úmido ia tirando as peles mortas, enquanto a nova pele crescia no lugar.
Ela abriu os olhos sobressaltada, sentando-se na cama. Encheu os pulmões com ar, sentindo que seu corpo todo voltava a funcionar, mas em um ritmo acelerado, estava dividida entre a felicidade de estar viva e a fome incontrolável.
Margot sorriu majestosamente para ela. Mordeu novamente o pulso que já havia cicatrizado dando-lhe novamente para que ela tomasse de seu sangue. Em um gesto instintivo ela segurou o braço nos seus lábios saciando aquela sede e a fome que a dominavam. Era como se o sangue da salvadora tivesse vida em sua boca, e seu sangue parecia correr mais grosso e mais vivo em suas veias, em seu coração que disparava como o som de tambores em uma noite enluarada. Estava completamente sentindo o êxtase daquele momento.
Ela deixou o máximo que foi possível e depois delicadamente puxou o braço fazendo-a deitar novamente.
- Já é o suficiente, agora descanse. Depois levarei você para caçar e poderá beber mais, por enquanto, apenas tem que ficar forte para que consiga sair do estado em que estava. Sua aparência angelical já está de volta. – Ela sorriu olhando para ela que olhava agradecida.
- As queimaduras? – Perguntou sem coragem de se olhar.
- Foram embora como sua antiga vida.
- Você me transformou? – perguntou confusa.
- Era o único jeito de salvá-la.
- Obrigada. Eu acho. – Sorriu fechando os olhos.
- Não me agradeça Virgínia, não foi um ato de bondade, acredite. Sei que aqueles que salvam uma bruxa como você da morte tem um vínculo que durará pela eternidade. De hoje em diante você usará seus poderes para mim quando forem necessários e cuidará de mim através do seu contato com o mundo dos mortos.
Virgínia abriu os olhos novamente olhando para aquela figura diáfana ao seu lado e ao mesmo tempo cruel como sempre fora. Ela era um misto de mulher, anjo, demônio e moleque, tudo ao mesmo tempo. Um leve sorriso de satisfação brotou dos lábios vermelhos de Margot.
Virgínia ouviu o crepitar das chamas da lareira atrás do balcão despertando-a daquelas memórias perdidas no tempo da sua alma.
Olhou para o copo de absinto e pensou em tudo que acontecera em sua vida por tantos séculos vividos. O que Margot esperava foi bem diferente do que aconteceu. O vínculo que ligava as duas tornou-se inquebrável. As duas passaram a se cuidar mutuamente, como mãe e filha alternando-se as figuras devido as situações. Alguns dos poderes sobrenaturais de Virgínia cederam lugar a sua condição de imortal, sua velocidade, sua força. Outros se tornaram mais poderosos do que antes.
- Virgínia, temos que ir. – Ray colocou a mão sobre os ombros dela.
Olhou para trás e viu Ray, a nefilim*. Sua querida Margot a esperava no fundo do bar, junto com os outros do instituto.

*Nefilim – filha de um anjo com uma humana.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MINHA ESTRELA

"Se você está esperando por um amor
eu estou aqui esperando por você.
Eu salvarei você da dor.
Abandonarei meu nome.
Se você está esperando por um amor.
Eu estou esperando por você.
Todos queremos fama e amor.
Teste meu sangue e eu testarei suas lágrimas.
Algumas coisas jamais mudam, minha querida..."
(R.S)

MINHA ESTRELA

By Monica Blue

As palavras escorrem pela caneta como sentimentos codificados.
Palavras doces, angustiantes, alegres, tanto para dizer para você.
Eu queria apenas dormir olhando para você adormecido.
Dizer boa noite sussurrando em seu ouvido.

O céu tem tantas estrelas brilhando, mas apenas uma interessa,
aquela que brilha mais e chama por mim.
Você é a estrela do meu céu à noite.
O sol que ilumina as manhãs.

Tudo é tão triste, escuro e solitário sem você.

Eu vivo para encontrar você
E morreria só para estar ao seu lado.
Sonho só para estar em seus braços
Mesmo que por segundos em um mundo imaginário.

Eu apenas não consigo esquecer.
Há tanto para te dizer.
Mas somos como o sol e a lua.
Tão distantes um do outro.

Fico tão perdida longe de você.
Tudo em você é sagrado para mim.
Seus olhos, sua boca, sua voz, tudo.
Eu esperarei o tempo que for necessário.

Você é a estrela que quero alcançar.
Eu tiro meus pés do chão e espero poder voar
Até você.
Um dia isso será real.

Sinto a magia tomar conta de tudo.
Apenas quando penso em você.
Palavras que chegarão de alguma forma.
Como sua música chega aqui e muda meu mundo.

Palavras sentidas.
Palavras cantadas.
Um pouco de mim
E um pedaço de você.

Quando ouço você eu acredito
eu posso voar.
Eu posso tocar o céu.
Só de ouvir a sua voz eu já estou no paraíso.

Deve existir alguma justificativa do universo
Para a Julieta viver sem o Romeu.
Esse amor continuará onde eu estiver.
Por que é algo que jamais morreu.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FERIR


Em homenagem aos amores platônicos, vampirescos ou apenas distantes...

Todo mundo se machuca um dia, todo mundo sofre, algumas cicatrizes fecham, outras vivem abertas por muito e muito tempo. O importante é seguirmos em frente, levantando a cada tombo, vivendo cada momento, saboreando cada sorriso e cada lágrima.

"Teste meu sangue e eu testarei suas lágrimas..." (Ryan Star)
Mais um pensamento rabiscado em um momento de inspiração...


Sangue
Vermelho como vinho.
Você sente como me sinto?
Não vai doer mais.

Calor
O desejo esquenta os corpos
Frios pela imortalidade.
Insanidade.

O punhal.
Não me machuca mais.
Ci catrizo em um piscar de olhos.
Assim como meu coração.

Movimento.
Você dança como um felino.
Canta como um anjo.
Está feliz com isso?
Seduzindo o mundo?

Levante-se
Siga até mim.
Sente meus olhos chamando você?
Não resista.

Minha mente
Tem um poder que não compreende
Mas que assusta.
Não machuca.

Venha
Venha
Onde quer que esteja escondido.
Não tenha medo.
Nada poderá nos machucar mais.

Apenas você, eu
E nossos sentidos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

JUNTO A MIM


Hoje recebi uma poesia linda da escritora talentosíssima e que considero uma querida amiga e uma pessoa muito especial CECÍLIA MELLO (autora do livro Evidências e do Fertilidade).

A poesia me tocou muito, espero que gostem assim como eu. Quem conheceu a história do próximo livro e a minha história de hoje vai entender o motivo. rs


Junto a mim
(Cecília Mello)


Guardei comigo os detalhes
que você esqueceu...
Levo junto a mim,
um toque de surpresa,
o sorriso doado,
a frase curta em tom
de letras garrafais...
Guardei comigo
a ânsia da espera,
a busca do olhar,
o toque da pele...
Levo junto a mim,
o amor que não veio,
mas que também não permitiu chegar...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RUMO AO SOL



Os pés amarrados em uma cidade do interior.
Sempre pensando o que seria o mundo lá fora da minha janela.
Um lugar que eu realmente pertencesse e me sentisse especial.
Uma vida diferente com holofotes, músicas e letras.
Quem eu seria?
Então eu apenas faço uma prece com um desejo.
Só queria ser livre e voar daqui.
Sonhando em poder voar e tocar o céu.
Poder falar o que quiser para quem quiser.
Eu desatarei todos os nós e abrirei as janelas.
Aprenderei a voar até chegar ao horizonte.
Encontrarei uma chance, quebrarei a gaiola que prende minha alma.
As minhas asas serão minha luz na escuridão.
Atravessarei mundos rumo ao sol.
Uma vez quis respirar outros ares.
Ser uma borboleta ou um avião.
E apenas desaparecer daqui.
As minhas asas me levarão para longe.
Eu testarei como é chegar até o céu.
Uma chance para mudar tudo.
Uma luz na escuridão.
Quebrando as correntes que me prendem.
Girando, girando e voando daqui.
Abrirei os braços e me jogarei de alma limpa e aberta.
Para que o vento me leve para onde pertenço.
Como uma águia rumo ao sol.
Risco, mudanças, não existe nada sem luta.
Mas existirão vitórias.
E um dia
Eu voarei para longe daqui.
E serei quem eu quiser.
Voando rumo ao sol.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Onde quer que eu vá


Aonde Quer Que Eu Vá
Os Paralamas do Sucesso
Composição: Paulo Sérgio Valle / Herbert Vianna

Olhos fechados
Prá te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar

Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...

Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta prá mim


Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar